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por
Carolina
Este artigo aborda o tema de bebés que comiam bem e de repente começam a comer mal ou rejeitar determinados alimentos. Não estamos a falar de seletividade alimentar, que acontece mais tarde, depois dos 2 anos.
Mas antes de passarmos para o tópico é importante tentar entender o que está por trás da falta de apetite de um bebé:
Estão a nascer dentes?
O bebé está doente ou a ficar doente?
Alguma coisa mudou na rotina do bebé - passou a mamar muito mais?
O bebé está na fase de introdução alimentar - muitos bebés no início da introdução alimentar não têm interesse em comer
O bebé está a comer muitos snacks entre as refeições, a ir para a mesa sem apetite ou muito tarde?
Se achar que o seu bebé está doente ou está na dúvida, entre em contacto o pediatra.
A introdução alimentar é cheia de altos e baixos, e o apetite dos bebés é muito variável. Mas muitos pais notam uma alteração no apetite ou padrões alimentares dos bebés entre os 12 e 24 meses: são bebés que comiam bem e de repente começam a rejeitar comida, a não querer comer ou até a cuspir a comida.
Primeiro, depois do primeiro aniversário, o bebé está a melhorar a motricidade, a tornar-se mais independente e a querer explorar o mundo - de repente passar tempo numa cadeira de refeição deixa de ser interessante. Depois há a questão do próprio bebé estar a desenvolver o seu gosto pessoal. Tudo isto, mais todos os dentes a romper e os picos de crescimento podem tornar as refeições bastante desafiantes.
É fundamental que o maior número de refeições possível seja feito em família porque os bebés aprendem por observação. É importante também que a mesa não seja um local de distrações, com pais ou irmãos ao telemóvel, televisão ligada, ou com coisas que interessam ao bebé em cima da mesa. Eu sei, mais fácil falar do que fazer, mas lembrem-se que tudo passa, e esta fase não é exceção.
Cá em casa tenho dois filhos completamente diferentes: O Duarte comeu bem desde os 6 meses e o apetite manteve-se sempre (mais ou menos) estável. Já a Madalena comia de tudo e por volta dos 15 meses começou a fase de cuspir a comida. Para piorar, arrancava todos os babetes, então acabava sempre por ter de trocar a roupa toda a seguir. Também começou a rejeitar determinados alimentos, como curgetes, brócolos, tomate, cogumelos e papaia.
Depois começou a recusar até os alimentos que gostava. Podia comer bem o feijão ao almoço, mas ao jantar já não lhe interessava. Foi preciso ter muita paciência, respirar fundo muitas vezes, lembrar que não era pessoal - não a minha filha não está a recusar a minha comida que levei duas horas e que fiz com tanto carinho - e nunca desistir.
Os principais pontos deste artigo - e detalhamos cada um deles abaixo - são:
Duas coisas importantes que valem a pena ressaltar: A primeira é que o bebé deve adaptar-se à rotina da família. Se está a fazer BLW mas toda a família come sopa antes do segundo prato, não há mal nenhum em dar um pouco de sopa ao bebé e depois a comida cortada. A segunda é que a criatividade conta! Se o seu filho comer os floretes de couve-flor a achar que são realmente flores, então ofereça-lhe “flores”. O húmus não é de beterraba, é cor de rosa e assim já sabe bem.
A exposição aos alimentos deve ir muito além do prato e das refeições. É importante o bebé e a criança conhecerem como são os alimentos, saber os seus nomes, a que cheiram, como são ao toque. Mas como expor o bebé aos alimentos?
Leve ao supermercado e deixe tocar, conhecer as frutas e vegetais.
Cozinhe com o bebé. Ter uma torre de aprendizagem permite fazer isso desde muito cedo.
Nomeie os alimentos. Isto é feijão, isto é batata doce, isto é um alho francês.
Use brincadeiras, livros e atividades para o bebé aprender os alimentos.
Uma horta, ou vasos na varanda com algumas frutas ou vegetais é uma ótima opção também.
Este é o ponto mais importante e não me canso de reforçá-lo porque ao fim do bebé ter recusado 3 vezes brócolos, o que parece mais lógico é deixar de oferecer brócolos. Mas se o bebé deixar completamente de ver brócolos no prato, é muito provável que não volte mesmo a comer.
Então a melhor forma é oferecer o alimento cozinhado de formas diferentes: se o bebé recusou brócolos cozidos em água, da próxima ofereça assados ou refogados com alho e azeite. Passados alguns dias, ou semanas, ofereça novamente cozido. Experimente por exemplo, cozê-los no vapor e pôr mais ou menos tempo.
Se pensarmos no nosso próprio gosto, há vários alimentos que comemos de uma forma e não de outra. Eu por exemplo só gosto de pimentos assados. Se me oferecerem sumo de beterraba não consigo sequer tocar. Mas adoro pickles de beterraba ou beterraba assada.
É muito importante expor o bebé, principalmente até aos 2 anos, a uma variedade enorme de alimentos (excluindo alimentos ultra-processados, açúcar, mel). Isto não significa querer oferecer tudo na mesma refeição.
A refeição ideal deve ter um dou dois vegetais/verduras/legumes (ou um vegetal + salada), uma porção de hidratos de carbono, uma porção de leguminosas, uma porção de proteína.
Os bebés comem pouco então não vale a pena oferecer cenoura, beterraba, tomate, espinafres, tudo na mesma refeição. Mas é importante o bebé provar várias vezes cenoura, beterraba, tomate, espinafres e muitos outros alimentos. Na aplicação, além da base de dados de alimentos, tem uma ferramenta de tracking, que permite registar todos os alimentos que for oferecendo ao bebé.
Prefira comer sazonal, oferecer o máximo de alimentos naturais possível e não tentar limitar a oferta ao seu gosto (o que sem querer, acontece com alguma frequência).
O bebé a partir de 1 ano e meio/2 anos passa por uma fase que não aguenta muito tempo na cadeira da papa. E se tentamos forçar só aumentamos o nível de stress - nosso e do bebé. É importante tentar entender o que está por detrás do não querer ficar na mesa para adaptar se necessário. O bebé está a ir muito tarde e com muita fome para a mesa? Comeu muitos snacks entre as refeições? Está cansado?
Às vezes mudar a rotina resulta. Cá em casa optamos por nunca forçar a Madalena a ficar na cadeira contra a vontade dela. Mas durante a semana dávamos um lanche à Madalena quando ela chegava da creche, ela brincava, tomava banho e só depois jantava. E comia sempre pouco ao jantar. Então percebi que se lhe desse jantar assim que chegasse a casa ela comia muito melhor. Ela janta a maior parte dos dias da semana sozinha, mas come bem.
Mas se ela não quer sequer sentar na cadeira então damos a comida fora da mesa. Normalmente no chão. Sento-me no chão com o prato dela e vou lhe dando a comida enquanto ela brinca, ou ela mesmo come pelas mãos dela. Mas não saio do lugar. E isso é muito importante. Dar comida fora da mesa não significa andar atrás do bebé com a comida.
Ao contrário do que se pensa, nós não nascemos com preferência por alimentos doces. O leite materno tem sabor neutro e os bebés nascem com paladares neutros também. Além disso, por terem tanto interesse em explorar e descobrir coisas novas, normalmente provam todos os alimentos ao levá-los à boca. São como uma tela em branco e os pais têm um papel fundamental na relação que o bebé vai ter com a comida daí para a frente.
Se introduzirmos o açúcar cedo demais, estamos logo a viciar o paladar do bebé e ele vai ter tendência a preferir coisas doces: se o primeiro iogurte que o bebé comer for um danoninho, dificilmente vai aceitar um iogurte natural puro daí para a frente. Se o bebé de um ano come um bolo de brigadeiro, dificilmente vai gostar de um bolo de banana sem açúcar adicionado.
E isto é muito importante porque a maior parte dos alimentos industrializados para bebés têm açúcar (36% da papa Cerelac é açúcar!). Então a melhor forma de alimentar um bebé nos primeiros anos de vida é oferecendo alimentos na sua forma natural. Sempre que optar por alimentos industrializados como bolachas, papas ou mistura de farinhas é fundamental ler os rótulos.
Na nossa APP, podem encontrar um scanner de produtos de supermercado
Este tópico é tão requisitado que temos um artigo inteiro dedicado a ele. Mas deixamos aqui algumas sugestões.
Dar independência ao bebé desde cedo permite que ele possa explorar a comida, desenvolver capacidades, ter autonomia e torna as refeições mais interessantes.
Claro que dar total autonomia ao bebé desde a introdução alimentar (com o Baby-led weaning) é uma decisão dos pais. Mas uma forma de dar autonomia a um bebé que não faz BLW é ter sempre à mão do bebé um talher (garfo ou colher apropriada) para o bebé ir comendo por ele próprio enquanto os pais dão de comer. Um copo aberto apropriado para o tamanho do bebé com um pouco de água às refeições desde cedo também é uma ótima opção para dar autonomia ao bebé.
Uma ótima maneira de aumentar a quantidade de nutrientes que os nossos filhos comem mesmo quando eles não gostam de alguns alimentos é escondê-los nas receitas. Alguns exemplos são este molho de tomate que leva beterraba, estes hambúrgueres de carne com vegetais ou estes croquetes de brócolos.
Mas é muito importante continuar a oferecer os alimentos no seu formato natural para o bebé ser exposto aos alimentos e decidir o que gosta e não gosta. Se só oferecermos brócolos escondidos é muito provável que o bebé, que nunca provou brócolos cozidos, não venha a gostar de brócolos quando for mais velho.
Uma boa opção é quando fizer, por exemplo, um hambúrguer de feijão, oferecer o pimento em tiras finas para acompanhar.
Comida de bebé
Morada
Ruas da maternidade,
hospital da oliveira,
Lisboa 4900-120