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Escrito por: Ana Rita Sousa. Licenciada em Ciências da Nutrição pela Faculdade de Ciências de Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) e neste momento a acabar o Mestrado em Educação para a Saúde na área de Saúde Pública na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Pode encontrar a Ana Rita no Instagram em @gentepalmoemeio
Os leites de transição serão necessários? Será correto passar da fórmula para o leite de vaca? Há um marketing poderoso por detrás dos leites de transição (fórmulas 3,4 e 5ou muitas vezes chamados “leites infantis” ou “leites de crescimento”) fazendo com que sejam amplamente comercializados.
Não. Os leites de transição não são necessários para satisfazer as necessidades nutricionais de uma criança saudável entre os 12 e os 36 meses de idade, para além de que estes, normalmente, contêm um teor proteico consideravelmente desajustado, com doses acima das recomendadas.
A partir dos 12 meses, o bebé pode e deve continuar a ser amamentado. Contudo, nos casos em que a mãe não pode ou não quer amamentar, pode-se substituir o leite materno por leite de vaca pasteurizado (normalmente o recomendado é o leite meio-gordo ou gordo). As crianças que são alimentadas com fórmulas podem, também, a partir dos 12 meses substituir a fórmula por leite de vaca pasteurizado.
Escolhi dois leites das marcas mais conhecidas e vendidas em Portugal e comparei os rótulos. Conseguem perceber a diferença clara entre eles? Enquanto que no leite de vaca meio-gordo temos como único ingrediente o leite, no leite de transição temos uma enorme lista de ingredientes. No leite de transição, dentro dessa enorme lista, realço a maltodextrina, um açúcar escondido com elevado índice glicémico (normalmente utilizado nos atletas como suplemento) e os óleos vegetais que são acrescentados com a finalidade de aproximar os rácios de grande parte dos ácidos gordos aos do leite humano.
Quanto à informação nutricional, conseguimos perceber que teor de gordura (lípidos) é o dobro no leite de transição e que neste o valor energético também é consideravelmente superior.
Não. Em bebés dos 6 aos 12 meses recomenda-se a manutenção do leite materno ou fórmula para lactentes (fórmula 1), uma vez que os leites de transição (ou leite de vaca) são nutricionalmente incompletos para bebés com menos de 1 ano.
As suas possíveis vantagens, devido à falta de suporte científico e legislativo, não são suficientes para a sua recomendação. A ESPGHAN (European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology na Nutrition) refere que os leites de transição podem ser utilizados como parte de uma estratégia para aumentar o consumo de nutrientes e vitaminas essenciais, como ferro, iodo, vitamina D e ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa (LC-PUFAs).
Contudo, realça que os leites de transição não são a única forma de ingestão desses nutrientes e existem outras alternativas eficazes, como o leite de vaca fortificado, cereais fortificados ou até a introdução precoce de carne e peixe.
Se optar por um leite de transição, a escolha do leite deve ser acompanhada em consulta, pois a composição do leite deverá ser adaptada às necessidades individuais da criança.
Concluindo, de um modo geral os leites de transição em crianças saudáveis são desnecessários e não recomendados. A sua relação qualidade/preço não justifica o seu consumo.
Referências
Direção-Geral da Saúde. Alimentação Saudável dos 0 aos 6 anos – Linhas De Orientação Para Profissionais E Educadores, 2019. ISBN: 978-972-675-292-9;
Hojsak I, Bronsky J, Campoy C, et al; ESPGHAN Committee on Nutrition. Young Child Formula: A Position Paper by the ESPGHAN Committee on Nutrition. J PediatrGastroenterolNutr. 2018; 66(1):177-85.
Lott M, Callahan E, Welker Duffy E, Story M, Daniels S. Healthy Beverage Consumption in Early Childhood: Recommendations from Key National Health and Nutrition Organizations.
US Department of Health and Human Services & US Department of Agriculture (2015) 2015–2020 Dietary guidelines for Americans, 8th ed.
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