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por
Carolina
A introdução da alimentação complementar, por volta dos 6 meses de idade, marca um momento essencial no desenvolvimento dos bebés. A partir desta idade, o leite materno (ou fórmula) já não é suficiente para suprir todas as necessidades nutricionais, e é necessário começar a oferecer outros alimentos de forma gradual e adequada.
Neste artigo, explicamos quantas refeições um bebé deve fazer em cada fase da introdução alimentar, que tipos de refeições oferecer, e como garantir uma alimentação equilibrada, com base nas recomendações mais recentes da OMS e da ESPGHAN.
A alimentação complementar deve começar por volta dos 6 meses de idade, quando o bebé demonstra os chamados sinais de prontidão, como:
* Sustentar bem a cabeça e o tronco;
* Sentar-se com apoio;
* Levar objetos à boca e demonstrar interesse pelos alimentos;
* Perda do reflexo de protrusão da língua (quando empurra a comida para fora da boca).
Mesmo após o início da alimentação complementar, o leite materno continua a ser a principal fonte de nutrição até ao primeiro ano de vida. A OMS recomenda que a amamentação continue em livre demanda até, pelo menos, os 2 anos, juntamente com alimentos complementares adequados. A fórmula infantil segue o mesmo princípio, quando o bebé não é amamentado.
A frequência das refeições varia com a idade e o apetite do bebé. O mais importante é respeitar os seus sinais de fome e saciedade, seguindo o princípio da alimentação responsiva.
Número de refeições principais: 2 a 3 por dia (começar com 1 e evoluir)
Lanches opcionais: 0 a 1, dependendo do apetite do bebé
Leite materno/fórmula: em livre demanda
Nesta fase inicial, o estômago do bebé ainda é muito pequeno. As porções devem ser reduzidas, aumentando gradualmente. A prioridade é a exploração de sabores, texturas e rotinas alimentares.
No plano introdução alimentar da app tem acesso uma ferramenta de tracking que permite registar os alimentos introduzidos ao bebé.
Refeições principais: 3 a 4 por dia
Lanches saudáveis: até 1 a 2 por dia
Leite materno/fórmula: continua a ser importante e pode ser oferecido entre as refeições
A partir dos 9 meses, a alimentação complementar começa a contribuir com até 50% das necessidades energéticas diárias. A consistência dos alimentos deve ser progressivamente ajustada, incluindo mais pedaços e texturas sólidas.
Evolução das texturas na comida do bebé
Refeições principais: 3 por dia
Lanches saudáveis: 2 a 3 por dia
Leite materno: pode continuar a ser oferecido (recomendado pela OMS até aos 2 anos ou mais)
A alimentação sólida deve cobrir cerca de ⅔ das necessidades energéticas diárias. O bebé já pode comer a maioria dos alimentos da família, com pequenas adaptações.
Não existe um calendário definido para as refeições a serem introduzidas. Tudo vai depender da rotina da família. Para algumas famílias o melhor é introduzir o almoço e o lanche, porque o bebé entra para a creche. Outras preferem oferecer o pequeno-almoço e almoço, para garantir que, numa fase inicial, o bebé faz uma refeição em casa.
Mas deixo aqui um plano alimentar típico para cada fase, para ter como referência:
Pequeno-almoço: Leite materno/fórmula
Meio da manhã: Fruta esmagada ou em pedaços (BLW), ou papa de fruta simples
Almoço: Puré/sopa com legumes e proteína animal (ex. carne branca ou peixe)
Lanche (opcional): Papa de fruta ou leite materno
Jantar: Puré de legumes com um tubérculo e proteina
Ceia: Leite materno
Pequeno-almoço: Papa de cereais com fruta (pode conter leite materno ou fórmula)
Meio da manhã: Fruta em pedaços ou panqueca simples
Almoço: Sopa + prato principal com vegetais e proteína (carne, peixe, leguminosas)
Lanche: Panquecas, fruta, papa com aveia ou iogurte natural
Jantar: Sopa + prato principal leve com vegetais e cereais
Ceia: Leite materno
Pequeno-almoço: Ovo mexido, pão com queijo fresco, fruta
Meio da manhã: Fruta ou iogurte
Almoço: Sopa + prato com arroz ou massa, vegetais e proteína
Lanche: Papa de aveia, panquecas, pão com húmus, fruta
Jantar: Sopa + prato leve
Ceia (opcional): Leite materno ou iogurte
Tanto a OMS como a ESPGHAN reforçam a importância de uma abordagem responsiva: alimentar o bebé quando mostra sinais de fome e parar quando indica saciedade.
Alguns sinais de fome incluem:
Abrir a boca quando vê comida
Tentar alcançar alimentos
Agitação ou irritação ao atrasar a refeição
Sinais de saciedade:
Virar a cabeça
Fechar a boca
Brincar com a comida em vez de comer
Forçar a alimentação ou insistir quando o bebé não quer comer pode prejudicar a sua relação com a comida.
A progressão das texturas é essencial para o desenvolvimento motor oral e prevenção de dificuldades alimentares:
6 meses: Purés ou alimentos amassados
7-8 meses: Texturas mais espessas, alimentos desfeitos com o garfo
8-9 meses: Pequenos pedaços e alimentos para comer com a mão (finger foods)
A partir dos 12 meses: Texturas semelhantes às da família, com adaptações
Mantenha a oferta de frutas e vegetais em diferentes formas (em puré, inteiros, assados, etc.)
Evite açúcar, sal e alimentos processados
Ofereça água entre as refeições
Estimule a autonomia do bebé à mesa, sempre com supervisão
Seja paciente e consistente — a aprendizagem alimentar é um processo
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World Health Organization (WHO)
Guiding Principles for Complementary Feeding of the Breastfed Child (2003)
https://www.who.int/publications/i/item/9241592218
Guiding Principles for Feeding Non-Breastfed Children 6–24 Months of Age (2005)
https://www.who.int/publications/i/item/9241593435
Infant and young child feeding: Model Chapter for textbooks (2009)
https://www.who.int/publications/i/item/9789241597494
Pan American Health Organization (PAHO) / OMS
Feeding Guidelines for Children 6 to 24 Months Old (2003)
https://iris.paho.org/handle/10665.2/42618
ESPGHAN – European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition
Fewtrell M. et al. (2017). Complementary Feeding: A Position Paper by the ESPGHAN Committee on Nutrition
Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, 64(1):119–132
https://journals.lww.com/jpgn/Fulltext/2017/01000/Complementary_Feeding__A_Position_Paper_by_the.19.aspx
FAO & WHO
Global Strategy for Infant and Young Child Feeding (2003)
https://www.who.int/publications/i/item/9241562218
UNICEF e OMS (2021)
Indicators for assessing infant and young child feeding practices
https://www.who.int/publications/i/item/9789240018389
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