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por
Carolina
Um novo estudo Australiano, avaliou se a introdução precoce de ovos, amendoim e leite de vaca em bebés com risco familiar reduzia a incidência de alergias IgE-mediadas até aos 12 meses, comparando dois coortes.
População e delineamento
Coorte 1 (2006–2014)
506 bebés com pelo menos um progenitor ou irmão com história de atopia.
Prática usual: introdução tardia (>10 meses), sem orientação específica.
Coorte 2 (2016–2022)
566 bebés com característica de risco semelhante.
Intervenção: aconselhamento segundo diretrizes ASCIA (Austrália), começando cada alergénio a partir dos 6 meses.
As famílias da 2ª coorte receberam folhetos guia com recomendações práticas e quantidades, favorecendo a adesão.
Após os 6 meses de idade, os bebés da segunda coorte receberam conselhos específicos:
Amendoim: usar manteiga ou creme, não inteiros (evitar asfixia). Quantidade alvo de proteína: pelo menos 6 g/semana (≈24 g de manteiga de amendoim, 3 vezes/semana).
Ovo: introdução em formas bem cozidas e trituradas/esmagadas.
Leite de vaca: incluído em alimentos (como papas ou purés), mas não como bebida principal antes do 1º ano.
Foi incentivado que um único alergénio fosse introduzido de cada vez, e que as famílias mantivessem a oferta regular do alergénico (2 a 3 dias por semana).
Os seguintes aspetos foram avaliados:
Alergia IgE-mediada: Diagnóstico clínico + teste de provocação até 12 meses
Sensibilização: Testes cutâneos (prick test) à mesma idade
Historial clínico: Reuniões clínicas e inquéritos parentais
Prevalência global de alergia a ovo, amendoim ou leite caiu de 12,6 % → 4,1 % (Odds Ratio ajustado, aOR = 0,28; p < 0,001).
Alergia ao ovo diminuiu de 11,7 % → 2,8 % (aOR = 0,23; p < 0,001).
Alergia ao amendoim caiu de 5,8 % → 1,1 % (aOR = 0,24; p = 0,015).
Alergia ao leite de vaca reduziu de 2,4 % → 0,5 % (aOR = 0,14; p = 0,005).
Resultados traduzem a redução de 70 – 80 % no risco de alergias IgE-mediadas nestes alimentos.
Exposição precoce tem efeito protetor, possivelmente por promover tolerância oral durante uma janela imunológica crítica.
Entrega de material informativo às famílias aumentou consideravelmente a adesão ao protocolo.
A diminuição dramática de alergias, mesmo em bebés com histórico familiar (risco elevado), confirma a aplicabilidade mínima da intervenção.
Não se tratou de um ensaio randomizado, mas de estudo observacional comparativo entre coortes distintas.
O sucesso resumiu-se dentro do contexto australiano; a extrapolação para outras culturas/populações precisa de cuidadosa avaliação.
A sensibilização e acompanhamento da exposição correta dependeram da adesão e boas práticas parentais.
A estratégia ASCIA de introdução de ovos, amendoim e leite de vaca aos 6 meses, com orientação, reduz significativamente a aquisição de alergias alimentares graves.
Mesmo em bebés com alto risco (atopia familiar), o impacto na prevenção foi claro e robusto.
Melhores resultados decorrem de: introdução segura, gradual e informada, com suporte direto e qualidade do material entregue.
Adotar estratégias como a ASCIA – introdução controlada por volta dos 6 meses, com intervalos e quantidades específicas.
Dar prioridade a formas seguras: manteigas para amendoim, ovos bem cozidos, leite em alimentos.
Monitorizar potenciais sinais de reação (mesmo leves) e, se necessário, conduzir acompanhamento médico.
Garantir recursos educativos simples para os pais: guias ilustrados, folhetos explicativos, suporte do pediatra ou enfermeiro.
Comida de bebé
Morada
Ruas da maternidade,
hospital da oliveira,
Lisboa 4900-120