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O kefir é um alimento fermentado com uma longa história de consumo e reputação como um probiótico natural. Mas será adequado para os mais pequenos? Este artigo explora os seus benefícios nutricionais, a segurança do seu consumo por bebés e os cuidados a ter na sua introdução na alimentação infantil.
O kefir é rico em nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebé, incluindo:
Proteína de alta qualidade – fundamental para o crescimento muscular e desenvolvimento celular.
Cálcio e fósforo – essenciais para a saúde óssea.
Vitaminas do complexo B – como a B12 e a riboflavina, que apoiam a produção de energia e a saúde neurológica.
Probióticos – ajudam a equilibrar a microbiota intestinal e podem contribuir para a prevenção de distúrbios gastrointestinais.
Baixo teor de lactose – a fermentação reduz significativamente a quantidade de lactose, tornando-o mais fácil de digerir do que o leite tradicional.
Estudos indicam que o kefir tem propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e imunomoduladoras, podendo ajudar na prevenção de infeções gastrointestinais e no fortalecimento do sistema imunitário (Leite et al., 2013).
O kefir é seguro para bebés?
O kefir feito artesanalmente pode conter uma flora microbiana descontrolada, aumentando o risco de contaminação por bactérias nocivas. Deve ser por isso evitar oferecer kefir artesanal (mesmo que considere a fonte segura) a bebés e crianças com menos de 5 anos. O kefir industrializado pasteurizado é uma opção mais segura para bebés.
Estas são as minhas opções de compra favoritas:
Se decidir oferecer kefir ao teu bebé, segue estas recomendações:
Escolher um kefir seguro – Opta por versões industrializadas sem açúcar ou aditivos, ou prepara kefir caseiro com um controlo rigoroso de higiene.
Começar com pequenas quantidades – Introduzindo gradualmente para observar a tolerância digestiva do bebé.
Combinar com outros alimentos – Misturar kefir com fruta ou papa pode tornar a experiência mais agradável.
Observar sinais de intolerância – Como distensão abdominal, gases excessivos ou alteração nas fezes.
Referências:
Leite, A. M. O., et al. (2013). “Probiotic Potential of Selected Lactic Acid Bacteria Strains Isolated from Brazilian Kefir Grains.” Journal of Dairy Science, 96(8), 1-10.
Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde. Alimentação Saudável dos 0 aos 6 anos – Linhas De Orientação Para Profissionais E Educadores. 2019. Disponível em: https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/alimentacao-saudavel-dos-0-aos-6-anos/
Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentação nos primeiros 1000 dias de vida: um presente para o futuro. E-book nº 53. Porto: Associação Portuguesa de Nutrição; 2019.
National Health Service. "Foods to Avoid Giving Babies and Young Children." Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/baby/weaning-and-feeding/foods-to-avoid-giving-babies-and-young-children
Farnworth, E.R. (2005) Kefir—A Complex Probiotic. Food Science and Technology Bulletin: Functional Foods, 2, 1-17.
Garrote, G.L., Abraham, A.G. and De Antoni, G.L. (2010) Microbial Interactions in Kefir: A Natural Probiotic Drink. In: Mozzi, F., Raya, R.R. and Vignolo, G.M., Eds., Biotechnology of Lactic Acid Bacteria, Wiley-Blackwell, Ames, IO, 327-340.
Solid Starts. Kefir. Disponível em: https://solidstarts.com/foods/kefir/.
Idade
A maioria dos especialistas recomenda introduzir o kefir apenas após os 12 meses, devido ao potencial impacto dos probióticos na microbiota em desenvolvimento e à presença de pequenas quantidades de álcool natural resultante da fermentação.
Escolha sempre um kefir industrializado, e que seja natural sem açúcar e seja meio gordo ou gordo. O meu kefir favorito é o cremoso, da marca GutBio do Aldi:
Pode causar alergia?
Sim. Embora o kefir seja um produto fermentado, ele mantém as proteínas do leite de vaca, que podem causar reações alérgicas em bebés com alergia às proteínas do leite de vaca (APLV).
Assim, recomenda-se introduzir o kéfir em casa, idealmente no período da manhã. Ofereça uma pequena quantidade, num ambiente controlado, para que se possa observar qualquer reação adversa, como erupções cutâneas, vómitos ou dificuldades respiratórias. É importante garantir que não é oferecido mais nenhum alergénico no mesmo dia, para conseguir associar ao kéfir, algum sintoma que possa aparecer.
Em caso de reação alérgica, consulte imediatamente um profissional de saúde.
Em casos de APLV diagnosticada, o kefir deve ser evitado.
Representa risco de engasgo?
Não. Por ser líquido ou levemente espesso, apresenta baixo risco de engasgamento. No entanto, deve ser sempre oferecido em consistências adequadas à faixa etária e com supervisão.
Como oferecer?
Cada bebé desenvolve-se no seu próprio ritmo e as sugestões sobre como cortar ou preparar determinados alimentos devem ser adaptadas à etapa de desenvolvimento e habilidades de mastigação do seu bebé.
Opte sempre por kefir gordo natural (i.e. com teor de gordura total de pelo menos 3,5% na tabela nutricional), sem adição de açúcares ou sabores artificiais.
6 aos 9 meses
Começar por oferecer em pequenas quantidades, misturado em purés de fruta/vegetais, ou em papas.
Para servir como iogurte, pode misturar com manteiga de oleaginosas ou sementes, para engrossar a consistência.
9 aos 12 meses
Gradualmente pode aumentar a quantidade servida. Pode oferecer como parte de um lanche, misturado com fruta fresca, num puré ou envolvido numa papa.
Para continuar a servir como iogurte, misturando com manteiga de oleaginosas ou sementes, para engrossar a consistência.
A partir dos 12 meses
Pode continuar a ser usado em receitas como purés ou papas, panquecas, queques ou misturado com fruta fresca.
Pode começar a oferecer como bebida isolada ou em batidos com fruta fresca.
O kefir apresenta benefícios para a saúde dos bebés, principalmente devido ao seu teor em probióticos. No entanto, deve ser evitado em casos de alergia às proteínas do leite de vaca.
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